Rio Grande 287 anos

Uma história bicentenária movida pelas águas

Da fundação aos dias de hoje, a movimentação portuária se mistura com a história e desenvolvimento do Município

Foto: Jô Folha - DP - Cidade completou 287 anos no mês de fevereiro

Na Zona Sul, vive, cresce e se desenvolve a cidade mais antiga do Rio Grande do Sul. Berço de uma beleza natural e um desenvolvimento econômico característicos da cidade, Rio Grande completou, na última semana, 287 anos. Neste especial de aniversário, o Diário Popular explora alguns dos aspectos que fizeram parte da história e fazem parte do futuro da comunidade rio-grandina.

Caderno Rio Grande - Primeira reportagem

Presentes no imaginário e no visual da cidade mais antiga do Estado, as idas e vindas de navios nas águas rio-grandinas se confundem com a própria história do Município. O Porto de Rio Grande, hoje considerado o segundo mais importante para o desenvolvimento do comércio internacional brasileiro, é a representação atual de uma trajetória que começou junto à fundação da cidade, 287 anos atrás.

O historiador e autor do livro Porto e Barra do Rio Grande: história, memória e cultura portuária, Francisco das Neves, remonta essa relação à época da colonização portuguesa. "Rio Grande foi fundada como uma localidade estratégica, porque os portugueses tinham interesse em proteger a Colônia do Sacramento. A fundação de Rio Grande já nasce associada ao seu acesso marítimo", resume.

Segundo Neves, a barra de difícil acesso impedia a entrada de adversários. Com o tempo, as limitações começaram a ser um problema para o próprio desenvolvimento da cidade. Assim, aos poucos, foi construído o primeiro porto rio-grandino, conhecido como Porto Velho. "A cidade vai crescendo como o grande polo portuário do RS, o que fortalece a necessidade de um porto melhor aparelhado. É uma reivindicação da comunidade que atravessa os séculos 18 e 19", explica.

Os portos através dos anos

O Porto Velho, que já não sustentava as necessidades comerciais locais, foi substituído em 1915, quando foram inaugurados os Molhes da Barra e o Porto Novo. "O Porto Velho ficou incrustado como um grande mote histórico da cidade, que se desenvolveu exatamente a partir dali", diz Neves sobre o espaço, que hoje passa por processo de revitalização.

Os avanços ao longo dos anos também tornaram o Porto Novo insuficiente para a demanda do local, que precisou ser expandido novamente. E, assim, surgiu o Superporto. "Rio Grande é uma cidade suis generis, com três portos. O Porto Velho, que ainda tem alguma atividade portuária e é um grande patrimônio histórico. O Porto Novo, que continua tendo sua importância comercial e o Superporto, com toda sua estrutura junto ao polo industrial que se desenvolveu a partir dali", pontua.

Foto: Jô Folha - DP

Estratégico até hoje

Os anos passaram, mas o caráter estratégico do local é unanimidade até hoje. Em 2023, 2,9 mil embarcações passaram pelo Porto de Rio Grande, movimentando mais de 42 milhões de toneladas de cargas, números que registraram aumento em relação ao ano anterior. "Dentro do nosso planejamento, a gente faz todo o caminho para tornar nosso complexo portuário no hub do Cone Sul. Tudo que investimos é nesse sentido, de ter estrutura e competitividade para seguir crescendo", avalia o presidente da Portos RS, responsável pela administração da estrutura, Cristiano Klinger.

Para o futuro, Klinger avalia que sempre há espaço para melhorias e avanços. "Algumas pautas são o valor do pedágio e a duplicação do lote quatro da BR-392. Essas são obras bem importantes para dar agilidade e segurança [à estrutura local]", observa. A relação com os rio-grandinos também é parte importante do desenvolvimento. "Sem dúvida a relação que temos com o Município é importante. Os dois tem que andar bem, ter uma relação boa. A gente espera que ambos continuem crescendo juntos", finaliza.


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